quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ESTRANHO

Uma noite destas, eu tive um sonho muito estranho. Sonhei que estava em uma festa numa chácara e que enquanto todos bebiam e comiam um delicioso churrasco, eu sentado na varanda da casa, declamava um poema, mas ninguém prestava atenção, somente o poeta Amilton Dambroski que acabara de chegar com uma vespa velha, parou em minha frente para ouvir este poema:

Numa certa aurora.
Um pobre chora,
Pois está triste,
Não que seja verdade,
Mas é que em sua realidade,
Nada faz sentido, nada existe.
Pobre bicho medonho,
Está ali acabrunhado,
Tão solitário e tristonho!
Deste pobre coitado,
Todos achavam graça,
De sua ilusionista desgraça.
Tudo a ele era dilema,
O perfeito virava um problema,
Enquanto na varanda chorava,
Seu pranto escorria,
Muitas vezes gemia,
Mas sua dor não passava.
Segundo este pobre coitado,
De azar era bem dotado,
A felicidade não existia.
Durante sua pobre existência,
Fatalidade e decadência,
Era o que mais aparecia.
O que a todos intrigava,
É ele afirmar que nunca foi amado.
A esposa deste flagelado,
Em sua casa chorava,
Devido a esta miserável afirmação!
Ao ver seu pobre marido,
Saudável e bem sucedido,
Afundar nesta alucinação.
O que mais lhe doía,
É que tudo ela via
E não podia fazer nada.
Será que era loucura?
Ou uma terrível desventura,
Que o marido imaginava.
Ao medico ele não iria,
Pois segundo o que ele sentia,
Era só infelicidade.
Em sua mente perturbada,
Apesar de ser vigiada,
A santa esposa o traia.
Que quadro mal acabado,
Este pobre ali sentado,
Mostrava uma má conduta.
Pois às vezes levantava
E fortemente gritava:
Minha esposa é prostituta!
A teu lado, garrafa de pinga havia.
Em sua mente alucinada,
A vida estava desgraçada!
A traição era sua agonia.
O estranho é que ele nunca bebeu,
Nem antes, nem agora,
Mas como bêbado ele chora
E a desgraça aconteceu!
Lentamente se moveu,
Gritou: A mulher me trai!
A mulher me trai!
Pesadamente ele cai,
Pobre coitado morreu!
Mas o que se passou?
Alguém sabe? Alguém anotou?
Este homem foi assassinado!
Não pela mulher, por ninguém imaginado.
Na depressão que entrou,
Seu coração enfartou!
Quem foi o culpado?
Foi o ciúme alucinado,
Foi este que o matou!!!

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